SUMMARY
Os primeiros membros do movimento Hare Krishna no Brasil chegaram em 1973 e, em Pernambuco, sua presença foi noticiada já no início de 1974, fazendo circular - não sem intencionalidades - determinadas representações acerca dos seus membros, suas práticas e visões de mundo. O presente trabalho analisa algumas dessas representações construídas pelos jornais, mais precisamente o Diario de Pernambuco, entre os anos de 1974 e 1984, buscando compreender os elementos discursivos que contribuíram para influenciar a opinião pública acerca dos “novos movimentos religiosos”, como o movimento Hare Krishna. Para tanto, se fez necessário utilizar autores como Roger Chartier e Michel de Certeau para uma compreensão do lugar social de onde partem os discursos e das representações produzidas por estes lugares. Pudemos perceber que o jornal buscou deslegitimar outras formas de religiosidade que se constituíam como “novas” diante do quadro tradicional católico, classificando-as como “seitas” que poderiam ser “perigosas” à sociedade.