SUMMARY
Este artigo problematiza as relações de poder que têm destituído a vida na rua de sua força de existir na atualidade, inviabilizando suas táticas de existência e deslegitimando sua presença na cidade. No intuito de investigar possíveis resistências a estes exercícios do poder, propomos a composição de um Atlas constituído por fragmentos narrativos produzidos no deslocamento pelo Centro Histórico de Vitória / ES realizado com a população de rua que ocupa esta região da cidade. O Atlas Narrativo visa explicitar a dimensão ético-política das ocupações realizadas por essa população. Ressaltamos o caráter minoritário que constitui essa experiência narrativa da cidade, atuando na constituição de pontos de passagem por onde se procurou pensar a dimensão inventiva da vida nas ruas sem abandonar-se, porém, a qualquer tipo de romantização de suas condições de vida. Concluímos no artigo como o Atlas possibilita pontos de vertigem capazes de abrir o pensamento a outra política da existência.