SUMMARY
Este artigo aborda aspectos das relações possíveis entre jornalismo e literatura no período da ditadura militar no Brasil, como a participação de profissionais da imprensa na escrita de ficção e a presença do jornalista como personagem de narrativas literárias. Essas questões serão discutidas e analisadas a partir do romance A Festa, escrito por Ivan Ângelo e publicado em 1976. As características dos três jornalistas retratados no livro, a capacidade de o romance apresentar os meandros da imprensa e os indícios do momento político foram abordados neste artigo. Constatou-se a pluralidade de visões da figura do jornalista, abrindo caminhos para uma gama de sentidos sobre o lugar social da imprensa e de seus profissionais, bem como diversas formas de mobilização da memória sobre o jornalismo e o momento histórico.