SUMMARY
Entre 2000 e 2002, Brice Pauset compo^s Vanités, vinte e cinco fragmentos (para soprano de eco, haute-contre principal, cravo principal, dois cravos de eco, teorba, dois violinos, viola, violoncelo e contrabaixo), que se inscrevem na História secular da melancolia e de sua representac¸a~o artística. A obra segue o modelo das Lec¸ons de téne`bres de Marc-Antoine Charpentier, e remete-se a`s naturezas mortas de Willem Kalf. Além disso, ela ostenta um conjunto de línguas, conceitos e ge^neros musicais organizados em ciclos emprestados de outros períodos históricos, entre os quais ca^nones, corais e passacaglias. Este artigo se propo~e a estudar as fontes do libreto, sua montagem, seu significado e a representac¸a~o de melancolia vinculado a ele, assim como a organizac¸a~o métrica da obra e sua combinatória complexa – inspirada no quadrado mágico da Melancholia I e no nome de seu autor, Albrecht Dürer. Disto resulta uma nova retórica, que exige uma análise formal, assim como das dimenso~es expressivas, simbólicas e metafóricas cujos signos musicais sa~o detentores.