SUMMARY
este artigo apresentamos uma análise da obra Terretektorh (1965-1966), do compositor Iannis Xenakis, considerando a forma como o espac¸o é empregado na construc¸a~o do discurso musical da obra. Primeiramente, discutimos como a orquestra, com seus 88 músicos dispersos entre a audie^ncia, transforma-se numa espécie de meta-instrumento, pelo qual sa~o exploradas distintas topologias e trajetórias no espac¸o. Em seguida, relatamos alguns aspectos fora do tempo na composic¸a~o e apresentamos uma categorizac¸a~o dos elementos sonoros e espaciais presentes na obra. Ao final, discutimos como tais elementos sa~o organizados ao longo da obra e evidenciamos as estratégias composicionais que salientam a explorac¸a~o do espac¸o, tais como a manipulac¸a~o bastante econo^mica dos para^metros sonoros (registro, envelope dina^mico e timbre) e a exaustiva exposic¸a~o das trajetórias sonoras no início da pec¸a. Argumenta-se que tais estratégias, mais que uma superimposic¸a~o da dimensa~o espacial em relac¸a~o a`s dimenso~es sonoras, sa~o capazes de criar uma fusa~o que contribui de maneira decisiva na estruturac¸a~o do desdobramento da composic¸a~o.