SUMMARY
O artigo pretende mostrar que a noção foucaultiana de “subjetividade”, que aparece principalmente em suas genealogias da década de 80 dedicadas às técnicas de si na antiguidade, também compõe uma crítica da razão governamental ao interpretar os modos de subjetivação dos antigos como modelo de governo de si. Após abordamos a questão em O uso dos prazeres, analisaremos o exemplo da escrita de si como produção de subjetividade dos antigos para argumentarmos que, no pensamento de Foucault, a noção de subjetividade está necessariamente vinculada à criação de formas de vida ou de um governo das próprias condutas. Em outros termos, certa disposição da relação entre sujeito e verdade corresponde a uma direção que Foucault identifica como ética.