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Colonialidade, capitalismo racial e modernidade: a centralidade e a invisibilidade do Haiti

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Este trabalho propõe-se a descrever e analisar de que maneira a colonialidade e o capitalismo racial moldam a modernidade, sobretudo a importância do Haiti nesse contexto. Assim, objetiva-se problematizar a formação do Estado a partir da divisão racial criada no mundo colonial, com a escravização de seres humanos negros e a consequente perpetuação da exploração, sob a ótica da teoria do contrato racial, cunhada por Charles W. Mills. Para tanto, são apontadas as limitações do contrato hegemônico, que formam o contrato racial e criam um mundo cindido em dois, e como esta divisão foi instrumento utilizado no empreendimento capitalista para o enriquecimento da Europa e, particularmente, o papel do Haiti neste cenário. Para desenvolver seu argumento, este artigo está dividido em três partes: Primeiro, buscamos delinear a teoria do contrato racial, problematizando a formação do Estado moderno. Segundo, buscamos entender a expansão capitalista no mundo colonial, que é sustentada pelo racismo anti-negro, e constrói o conceito moderno de raça. Na terceira parte, situamos o Haiti no mundo colonial e na modernidade, sua centralidade e sua invisibilidade nesses contextos, ora considerado a “pérola das Antilhas”, ora uma “memória subterrânea”. As perspectivas presentes neste trabalho contribuem para a Sociologia Política por refletirem acerca das tradições e linhagens do pensamento político e explorar uma corrente crítica fundamental para o entendimento da realidade racial.

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