SUMMARY
Introdução: O glaucoma é uma doença oftalmológica neurodegenerativa, caracterizada pela degeneração progressiva das células ganglionares da retina e morte axonal, resultando em cegueira irreversível. O glaucoma também é comumente relacionado à alta pressão intraocular (PIO) com uma lesão subsequente do nervo óptico e, eventualmente, cegueira. Atualmente, os tratamentos para controlar o glaucoma consistem em intervenção cirúrgica e terapia medicamentosa tópica, sendo que a intervenção cirúrgica é necessária quando a independência visual de um paciente está em risco. A terapia medicamentosa tópica com eficácia e segurança confiáveis é frequentemente a abordagem preferida no manejo do glaucoma. Objetivo: Realizar uma revisão da literatura sobre os tratamentos para o glaucoma associado à hipertensão ocular. Métodos: Trata-se de um estudo exploratório, baseado no método de revisão de literatura com síntese de evidências. Para a seleção dos trabalhos foi utilizada a base PUBMED. Apenas os ensaios clínicos publicados nos últimos 10 anos foram considerados nesta revisão. Resultados: Foram incluídos no estudo 10 ensaios clínicos publicados entre 2012 e 2020. Conclusões: O tratamento padrão para glaucoma e hipertensão ocular é realizado principalmente via monoterapia tópica (uso de colírios), especialmente com análogos de prostaglandina (como latanoprosta, latanoprosteno e tafluprosta). Dentro deste contexto, tais colírios em suas versões sem conservantes possuem, no geral, maior tolerabilidade, segurança, e o mesmo efeito desejado que suas versões com conservantes. Além dos análogos de prostaglandinas, o tratamento do glaucoma e hipertensão ocular também pode ser realizado com monoterapias de betabloqueadores tópicos (timolol e betaxolol), embora tenha sido demonstrada sua inferioridade em relação às prostaglandinas. Outro achado importante foi que os resultados em longo prazo da trabeculoplastia, se comparados com o uso de colírios, seriam melhores e com melhor custo-efetividade do que o tratamento padrão.TREATMENT OF GLAUCOMA ASSOCIATED WITH OCULAR HYPERTENSION: SYNTHESIS OF EVIDENCESBackground: Glaucoma is a neurodegenerative eye disease characterized by progressive degeneration of retinal ganglion cells and axonal death, resulting in irreversible blindness. Glaucoma is also commonly related to high intraocular pressure (IOP) with subsequent optic nerve damage and eventually blindness. Currently, treatments to cure glaucoma consist of surgical intervention and topical drug therapy, with surgical intervention being necessary when a patient's visual independence is at risk. Topical drug therapy with reliable efficacy and safety is often the preferred approach in the management of glaucoma. Aim: To review the literature on treatments for glaucoma associated with ocular hypertension. Methods: This is an exploratory study, based on the method of literature review with evidence synthesis. For the selection of papers, the PUBMED database was used. Only clinical trials published in the last 10 years were considered in this review. Results: Ten clinical trials published between 2012 and 2020 were included in the study. Conclusions: Standard treatment for glaucoma and ocular hypertension is mainly performed via topical monotherapy (use of eye drops), especially with prostaglandin analogues (such as latanoprost, latanoprosten and tafluprost). Within this context, such eye drops in their versions without preservatives have, in general, greater tolerability, safety, and the same desired effect as their versions with preservatives. In addition to prostaglandin analogues, the treatment of glaucoma and ocular hypertension can also be performed with topical beta-adrenoblocker monotherapies (timolol and betaxolol), although their inferiority to prostaglandins has been demonstrated. Another important finding was that the long-term results of trabeculoplasty, if compared with the use of eye drops, would be better and more cost-effective than standard treatment.