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A voz que resiste pela terra: Odete Semedo e a poética da dor, memória, revolta

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Com a geração chamada por Ferreira (1977) de Novos ou Novíssimos, pairou sobre as temáticas poéticas guineenses, a força dos textos que falavam sobre resistência e o desejo de um sentimento definidor dos seus ideais literários, incluindo, embora com presença gradativa, a figura da mulher na poesia. Com isso, a poeta, política e professora Maria Odete da Costa Soares Semedo é uma das principais escritoras da Guiné-Bissau, sendo considerada a principal poeta de sua geração. Posto isto, neste estudo vislumbraremos o poema Perdidos, desnorteados de Odete Semedo, publicado no livro No fundo do canto (2007) que se configura como uma sequência narrativa, repleta de símbolos, confissões, guerras, elementos culturais e históricos claramente localizados na Guiné-Bissau.A partir da lírica de Semedo (2007), vislumbraremos a preocupação social objetivando identificar como a voz feminina da escritora, através do eu-lírico, denuncia, com uso dos aspectos estilísticos e literários, os processos conflitantes, colonizatórios e de resistência  que compõem a identidade do povo guineense, logo, consolidando também, as vozes das mulheres na poética do país. Dessa maneira, faremos algumas considerações embasados pelas tessituras teóricas de Ferreira (2017), Melo (2020), Moraes e Costa (2018), Moreira e Fonseca (2017) entre outros. Assim, vale salientar que as considerações aqui propostas não findam as manifestações e/ou experiências que cada indivíduo pode perceber/realizar ao se deparar com o objeto literário, mas sim proporciona uma leitura de nossa experiência, dialogada com a cosmovisão de África que se realiza em suas literaturas.

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