SUMMARY
A morte de Ihor Homenyuk não invadiu as manchetes dos jornais portugueses. A pandemia era o tema central do espaço público, que tornava a agenda mediática praticamente monotemática (Lopes et al., 2021). Desta forma, o presente estudo pretende debruçar-se sobre a cobertura que dois dos principais jornais de referência nacionais, Expresso e Público, fizeram do caso em dois períodos fulcrais: 28 de março a 11 de abril de 2020, coincidente com a divulgação do caso, e 26 de setembro a 10 de outubro de 2020, quando foi deduzida a acusação. A pesquisa guiou-se pelas seguintes questões: 1) Qual o principal foco nos agentes envolvidos no crime?; 2) Como foi representado o cidadão ucraniano? e 3) Como pode ser descrita a cobertura da imprensa de referência nacional do caso?. Através de uma análise quantitativa, a par de uma análise qualitativa de duas peças representativas do corpus, percebeu-se que houve uma diminuição da atenção mediática ao caso entre os dois períodos. Verificou-se uma tentativa de ir além de uma cobertura episódica, procurando saber quem era o cidadão ucraniano, morto nas instalações do aeroporto de Lisboa, em março de 2020.