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Home  /  Opus  /  Vol: .27 Núm: n3 Par: 0 (2021)  /  Article
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A paisagem sonora das Unidades de Terapia Intensiva Neonatal: experiências acerca da música e da afetividade

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O hábito de cantar enquanto embala ou entretém uma criança está presente em diversas culturas. As canções de ninar com suas melodias suaves e ritmo lento envolvem a afetividade. Este artigo reflete especificamente sobre como a música ao vivo modifica a paisagem sonora em unidades de terapia intensiva neonatal (UTIN) ao possibilitar a vivência do afeto e tornar as emoções audíveis, conforme apontado por Zuckerkandl (1973,1976). A base empírica para nossa análise advém de uma pesquisa concluída sobre o potencial de humanização a partir das intervenções musicais realizadas pelo Grupo Saracura em três hospitais da cidade de São Paulo, estudo que utilizou a metodologia de observação participante e entrevista de história oral com pacientes, suas mães e profissionais de saúde e músicos. O estudo incluiu análises de diários de campo e narrativas de entrevistados, realizadas na perspectiva da fenomenologia hermenêutica, que considerou a vivência dos sujeitos envolvidos. Os resultados mostraram que a música, além de tornar o ambiente mais alegre, sereno e confortável para todos, transformou as relações vividas nesse espaço e, consequentemente, tornou-se o ponto de partida para a ampliação da humanização na unidade de terapia intensiva neonatal. Este artigo aprofunda essa reflexão reconhecendo que a presença da música na unidade de terapia intensiva é um meio significativo para gerar vínculos, principalmente quando o tratamento exige que o bebê permaneça na incubadora, fisicamente longe da mãe. A música, ao possibilitar a vivência do afeto, contribui para aumentar a afetividade entre mãe e filho, pacientes e profissionais de saúde, de forma que se tornem potências da vitalidade humana.

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