SUMMARY
A ditadura civil-militar perpetuou intensas modificações no âmbito educacional e cultural. Essas transformações são resultantes de mudanças institucionais que objetivaram a legitimação de um regime contraditório e arbitrário no qual utilizou a segurança nacional como justificativa para perpetuar o seu projeto civilizatório. O objetivo deste artigo é o de identificar as modificações no modelo de ensino propagado pela ditadura militar na cultura escolar, utilizando o modelo da biopolÃtica de Michel Foucault como referência, analisando seus efeitos na construção de uma cultura escolar onde predomina a disciplina e a obediência como mecanismo de docilização e seus possÃveis efeitos na subjetividade de estudantes. O Recorte temporal utilizado foi entre os anos de 1968 e 1980, perÃodo que elucida as modificações na legislação escolar que deram suporte para as reformas educacionais objetivadas pelo regime militar. Buscaremos com isso levantar questões importantes sobre a cultura escolar e suas compreensões contemporâneas através dos elementos que compõe o ensino: currÃculos, estruturas, disciplinas, professores, alunos e legislações. Assim, compreender composição da Escola (enquanto instituição) nos ajudará a estabelecer reflexões importantes acerca disciplinarização estudantil e suas transformações ao longo do perÃodo que se perpetuou o autoritarismo recente no paÃs e as consequências disso para posteridade. ConcluÃmos com esse estudo é que a Escola durante o perÃodo que se estendeu a Ditadura Civil-Militar no Brasil faz parte de um corpo institucionalizado que manifestou mecanismos de controle e que historicamente serviu de suporte para a constituição de uma sociedade obediente, docilizada e que prezam valores morais de acordo com o seu projeto polÃtico de poder.