SUMMARY
Vidas, trajetórias, frustrações, descobertas e constatações. Essas são algumas das diversas sensações percebidas quando pesquisamos a escrita diarística. Longe de serem escrita/narrativa da verdade, cada vez mais se percebe o tom de construção ficcional dos escritos autobiográficos. Escritos do sofrimento, a leitura de alguns diários traz à lume fantasmas e dores abafadas, expelidas no papel através de uma escrita desesperada. E tal situação piora quando Deus entra neste diálogo, como é o caso dos diários místicos dos santos. Neste artigo, queremos tratar de todas essas questões tendo como referência o Diário Íntimo de Santa Teresa de los Andes, monja carmelita chilena, canonizada pelo Papa João Paulo II em 1993. Teresa deixou um interessante arquivo pessoal composto de cartas, bilhetes, anotações corriqueiras e o mais importante, o seu Diário Espiritual. Publicado no Brasil apenas em 2000, é com esta edição que pretendemos levantar as referidas propostas teóricas.