SUMMARY
Este artigo tem por objetivo contribuir com os estudos que percebem que o entendimento da saúde em sua concepção ampliada é um caminho para integrar Saúde e Planejamento Urbano, como proposto pelo Programa Cidades Saudáveis, da OMS. Realiza uma análise comparativa entre os enfrentamentos para a implantação do programa na Rede Portuguesa de Municípios Saudáveis (RPMS), estruturada há mais de 20 anos, e em experiências brasileiras. A metodologia utilizada para estruturar o problema de pesquisa foi o Problem Structuring Methods - PSM, mais especificamente a construção de mapas cognitivos orientada pelo método Strategic Options Development and Analysis (SODA). O mapa cognitivo SODA foi desenvolvido a partir de entrevistas com atores da RPMS e o levantamento das experiências nacionais foi realizado pela revisão não sistemática da literatura, com base em artigos acadêmicos que relataram os enfrentamentos para a implantação do programa em municípios brasileiros. Foram identificados 59 construtos chave, agrupados em três clusters: conhecimento, governança e condições socioespaciais para uma vida saudável. Os enfrentamentos para a implantação do programa observados em Portugal foram igualmente observados no Brasil. Em Portugal, o tempo e a consolidação do programa na forma de rede propiciaram avanços na implantação da proposta. O Programa Cidades Saúdáveis pode ser utilizado como uma estratégia para integrar o Planejamento Urbano e a Saúde.