SUMMARY
A resistência antimicrobiana é um problema global, porém no Brasil os dados são escassos. Este trabalho analisou a prevalência microbiana e os índices de resistência das principais cepas microbianas isoladas de pacientes do Centro de Tratamento Intensivo (CTI) e da Unidade de Internação (UI) de um Hospital Público do Rio de Janeiro, durante 2005. No laboratório de microbiologia, utilizaram-se métodos padrões acompanhados, rotineiramente, de cepas controles. Os resultados das análises demonstraram uma incidência elevada da resistência, sugerindo que esse fenômeno é comum e significativo entre as bactérias gram-positivas e gram-negativas, isoladas no hospital em estudo. As cepas de pacientes do CTI apresentaram índices de resistência mais elevados do que aquelas da UI. A prevalência dos Staphylococcus aureus Resistentes a Meticilina (MRSA) foi de 26% na UI e 77% no CTI. Os índices de resistência dos Staphylococcus sp. foram elevados, mas similares aqueles encontrados em outras partes do mundo. Apesar da resistência aos principais antimicrobianos ter sido freqüente entre os bacilos gram-negativos, a maioria permaneceu sensível ao imipenem. Particularmente alarmante, foram os altos índices de resistência apresentados pelas K. Pneumoniae do CTI e da UI e pelas E.coli da UI, provavelmente por causa da enzima -lactamase de amplo espectro (ESBL). Os resultados deste trabalho têm importantes implicações para as autoridades envolvidas na administração hospitalar, no que diz respeito ao desenvolvimento das políticas de utilização de medicamentos, assim como nas ações de controle da infecção hospitalar e de saúde pública. Particularmente para o corpo clínico, já que permite a racionalização na prescrição empírica de antimicrobianos.