Home  /  Miguilim  /  Vol: 6 Núm: 2 Par: 0 (2017)  /  Article
ARTICLE
TITLE

A SOLIDÃO E A INDIVIDUALIDADE DO SUJEITO NA PÓS-MODERNIDADE: UMA ANÁLISE SOBRE REPRODUÇÃO, DE BERNARDO CARVALHO

SUMMARY

Este trabalho objetiva, dentro de uma perspectiva comparatista, discutir as manifestações pós-modernas, dando destaque ao individualismo e a solidão do sujeito pós-moderno, no livro do   escritor carioca Bernardo Carvalho, Reprodução. Centrado no personagem principal do romance,  o estudante de chinês, o presente artigo adotará a noção de identidade fragmentada de Stuart Hall e a ideia de liquidez de que na era pós-moderna nada foi feito parar durar, trazida por Zygmunt Bauman, com o objetivo de demonstrar que hoje se vive em um espaço onde o duradouro dissolve-se e nada mais é estável, tudo que é sólido desmancha no ar. Partiremos assim, da noção de que o homem pós-moderno já não é o mais o indivíduo unificado de outrora, mas sim, sem continuidade, descentrado. Entretanto, tal conceito de sujeito traz consigo um sentimento de solidão constante, que assume um papel precípuo, visto que é um produto da ausência de vínculos, sustentado pelas novas tecnologias. Vivemos em mundo onde celulares, computadores e redes sociais parecem afastar os sujeitos do convívio social. A sociedade pós-moderna é caracterizada por ser a sociedade da comunicação, da globalização, da informação, da pluralidade, da disseminação do conhecimento, do contato. Porém é, paradoxalmente, a sociedade da solidão. Pareces-nos que ao ostentar diferentes facetas, fragmentos do eu, o homem opta por não adotar uma única identidade e por não fomentar ligações mais estreitas. Desta forma, acreditamos que a obra de Bernardo Carvalho seja um instrumento para que se perceba a solidão pós-moderna como algo ligado à impossibilidade de perceber e lidar com toda a violência essencial que assusta e arrasta o sujeito e a sociedade de hoje.

 Articles related

Belmira Magalhães    

Pretende-se discutir o lugar da autoria no discurso, partindo da compreensão de que a realidade apresenta-se ao homem na sua forma particular, isto é, as coisas têm sempre ontologicamente uma característica que as torna, ao mesmo tempo, universais e sing... see more


Laísa Fernandes Tossin (UNICAMP)    

Neste artigo, discuto a categoria sujeito gramatical, tida como universal e, portanto, descolada de qualquer ideologia ou de qualquer teoria científica. Para tratar das relações semântico-sintáticas decorrentes das relações do humano consigo e com o outr... see more

Revista: Memento

Carolina Alves Peres    

O presente artigo busca refletir acerca da possibilidade de um espaço maior para a subjetivação nas narrativas interativas de jogos digitais. Para isso, utiliza-se a abordagem enunciativa de Émile Benveniste, a fim de explorar a constituição do sujeito e... see more


Daniela Sousa da Rocha    

Como parte integrante das pesquisas desenvolvidas pelo grupo de pesquisa NENIN – Núcleo de Estudos em Neorregionalismo, Imaginário e Narratividade, a pesquisa tem como objetivo analisar a relação entre a identidade homossexual do personagem Davi e a iden... see more


Luís Alberto dos Santos Paz Filho    

O presente trabalho tem como objetivo refletir acerca de dois temas muito caros aos estudos de Roland Barthes: o desejo e a verdade. Ao partir da perspectiva do discurso enquanto produção humana de identidade e subjetividade apresenta-se questões referen... see more

Revista: Guará