SUMMARY
O artigo propõe uma aproximação aos debates acerca dos dilemas éticos contemporâneos em torno dos temas da democracia e do direito à cidade no Brasil. Tangencia reflexões mais amplas sobre a deterioração das instituições democráticas, e da própria noção de direitos, no atual estágio do capitalismo global e do espraiamento das políticas neoliberais. Concentra-se na composição e desenvolvimento de um campo progressista em arquitetura e urbanismo no Brasil, na tentativa de explicitar alguns paradoxos em que tal campo está inserido atualmente. Valendo-se de breves panoramas históricos sobre a produção desigual das cidades e os movimentos democráticos no âmbito de arquitetura e urbanismo no país, e de algumas reflexões recentes acerca das eclosões e rearranjos que se materializaram nas insurgências conhecidas como “jornadas de junho”, bem como dos atravessamentos tecnológicos contemporâneos, o artigo propõe articular esses fragmentos a partir das questões: a arquitetura é ética? e, a arquitetura é democrática? Palavras-chave: arquitetura ética, arquitetura democrática, cidade desigual, cidade democrática.