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O feminicídio narrado: cartografia da violência contra a mulher nos relatos do Movimento pela Vida

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O presente trabalho realiza um estudo cartográfico do banner sobre o “caso Nirvana” produzido pelo Movimento Pela Vida (Movida), organização não governamental (ONG) de Belém, PA, que atende familiares de vítimas da violência urbana. Esse banner apresenta um dos casos registrado pelo Movida, o homicídio de Nirvana Evangelista, no dia 5 de julho de 2007. Nirvana foi morta pelo ex-namorado, que, além de tê-la matado, a agredia física e psicologicamente. Compreendemos que o crime se trata de feminicídio, violência contra a mulher. Os banners do Movida são parte de um processo de dar a ver a dor e a existência das vítimas, sendo utilizados em eventos de que a ONG participa, realizando a visibilização dos relatos inscritos no banner. A cartografia aqui acionada tem como objetivo compreender os sentidos que se projetam a partir da narrativa em primeira pessoa inscrita nesse material de divulgação sobre o “caso Nirvana”, fazendo o movimento de ver o que se dá a ver. Partindo de uma postura interpretativista, buscamos esses sentidos que o “banner-relato” aponta na leitura e a compreensão dessa modalidade de violência. Para tanto, utilizamo-nos do método cartográfico para acompanhar os fluxos de produção de subjetividade na concreção do relato, ou seja, na narrativa que se constrói em torno do caso de feminicídio. A partir da teoria sobre midiatização e significação de Verón, consideramos esse “banner-relato” como um fenômeno midiático. Congregamos essas banduas perspectivas, em uma análise interpretativa de textos. Acionamos esses referenciais teórico-metodológicos a fim de podermos compreender e interpretar os fenômenos culturais, a produção subjetiva sobre o “caso Nirvana” e a maneira como o movimento social produz relatos sobre a violência específica que atinge as mulheres.

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