SUMMARY
O artigo propõe uma desnaturalização das explicações para a implantação da oferta obrigatória da língua espanhola em toda a rede de ensino brasileira (Lei 11161/05). Explicações que remetem, em um primeiro momento, aos desejos de integração e (re)aproximação com os povos irmãos/vizinhos do continente latino-americano (Mercosul) vão dando lugar, no decorrer da reflexão, ao contexto das demandas de uma política (lingüística) ibero-americana para o Brasil, intimamente relacionada à aprovação da Lei de 2005. A trajetória reflexiva menciona ainda os projetos de lei e documentos que, desde o governo de Juscelino Kubitschek, já propunham alterações de status para a língua espanhola no sistema educacional brasileiro, enquanto faz uma breve análise dos significados de "integração" que os atravessam. O artigo fornece, em última instância, elementos crítico-reflexivos suficientes para suscitar profícuos diálogos sobre o ensino/aprendizagem da língua espanhola no contexto inaugurado pela lei de 2005.