SUMMARY
Este texto tem como objetivo apresentar os conflitos socioambientais por acesso à água no município de São José do Egito, no sertão do Pajeú pernambucano. Adotou-se a perspectiva sócio-histórica na tentativa de superar os reducionismos das concepções empíricas e idealistas ao captar as contradições presentes nas representações, acerca dos conflitos existentes por água no território e entendendo que o espaço é tido como um processo histórico. Para a concretização do estudo, além de outros instrumentos, foram realizadas entrevistas com agricultores e agricultoras rurais, com base no estudo de caso, cuja finalidade foi analisar as representações entre os sujeitos sociais, seus processos de identidade com o território, as características da produção agrícola, bem como a identificação dos conflitos por acesso água. O que se verifica é que os conflitos socioambientais por acesso à água possuem determinações baseadas nas relações de poder historicamente naturalizadas na política e economia local. Estas relações se re-atualizam, sobretudo em períodos de estiagens prolongadas a partir das políticas e programas redistributivos, ficando para um segundo plano, a questão estrutural da realidade que é a ineficiência e ineficácia de políticas hídricas para o município, em específico, para as suas áreas rurais.