SUMMARY
Por médio do presente artigo, estabeleceremos um percurso histórico e analítico sobre o cinema de intervenção política emergente em Argentina nos anos sessenta com o fim de delinear sua tendência à produção de documentos sociais audiovisuais. Propomos que, a diferença do que acontecia com o cinema virado às reivindicações dos trabalhadores durante o período clássico-industrial, os agentes produtores do cinema político da modernidade modificaram as estruturas industriais, de recepção e de elaboração de seus espaços e personagens com o objectivo de produzir uma activação política nos realizadores e espectadores. Neste novo cinema, os espaços e indivíduos localizados tradicionalmente na periferia (os suburbios e favelas; o campesinato, o proletariado urbano e as comunidades indígenas) são estabelecidos como eixos dos relatos cinematográficos. O cinema político argentino, no contexto dos novos cinemas de América Latina, converteria então ao periférico em central.