SUMMARY
O objetivo pretendido por este trabalho é realizar uma breve comparação entre a interpretação da realidade nacional na visão de dois autores: o brasileiro Paulo Prado e o argentino Ezequiel Martínez Estrada, a partir de considerações sobre as obras ensaísticas Retrato do Brasil (1928) e Radiografía de la Pampa (1933). Muito comum no começo do século XX, o ensaio é um gênero que hoje não goza de tanto prestígio no interior do meio acadêmico. Entretanto, uma grande quantidade de intelectuais latino-americanos daquele período, valeu-se desse tipo de obra para expressar suas ideias e somar-se aos debates que agitavam a vida cultural, artística e política de seus países.Assim, apesar dos objetivos e metodologias diferentes, acreditamos que possam ser estabelecidos tanto contrapontos como semelhanças nas interpretações de Paulo Prado e de Ezequiel Martínez Estrada sobre o Brasil e os brasileiros e sobre a Argentina e os argentinos, respectivamente. Para tanto, tentaremos expor brevemente alguns dos argumentos dos autores sobre os principais temas contidos nas obras citadas que se relacionem ao tema da tristeza, que acreditamos dominar as reflexões de Paulo Prado e de Martínez Estrada no que diz respeito à psique coletiva nacional.