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O império do capital e as políticas públicas, na sociedade sem oposição

SUMMARY

Sociedade sem oposição é uma aporia, uma espécie de beco sem saída, tema relevante da Teoria Crítica da Sociedade, quando as sociedades tecnológicas avançadas, desde o entre-guerras mundiais, impossibilitavam uma transformação social qualitativa, radical. Na atual etapa da reengenharia da produção e seus efeitos negativos sobre os trabalhadores, por mais que a democracia seja evocada como condição para o avanço das políticas sociais, a emancipação humana permanece constrangida, sob o falso véu que cobre os olhos da “Justiça”, o sufrágio universal, as liberdades constitucionais e as promessas de boa vida que instrumentalizam a dominação. Administrando interesses do capital e do trabalho, o atual Estado brasileiro viabiliza fracas coalizões entre empresas, governo e trabalhadores, ao enfrentar poderosas coalizões de capitalistas rentistas e financistas. No longo processo de “desmanche” dos movimentos populares, as “jornadas de junho” de 2013 e 2014 aparecem como tímidas faíscas de contestação e oposição. No quadro de inércia, relativa impotência econômica e política das classes trabalhadoras, pode haver um sinal de que as “jornadas” estejam dando início a um período de oposição ao grande capital. As opiniões e análises econômicas, na imprensa diária, expressam uma série de controvérsias, em torno do embaralhamento da realidade, quando múltiplos segmentos sociais, presos a coalizões entre classes sociais, tentam vencer a incerteza e a inércia.

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