SUMMARY
Afirmar uma ciência antropológica na filosofia de Ludwig Wittgenstein é um equívoco. Este artigo vai apresentar algumas considerações que nos permitirá evidenciar um enfoque antropológico em sua filosofia da linguagem, especificamente em seus textos tardios. O texto desloca-se da filosofia tractatiana, com a doutrina da correspondência lógica entre linguagem e mundo, à filosofia de Investigações, com o seu contexto pragmático; onde os usos que fazemos de nossa linguagem são emoldurados pelos acordos estabelecidos em uma comunidade de fala. Ao homem é permitido falar não somente sobre o mundo, mas sobre si mesmo. Vemos, com isso, a possibilidade de refletir sobre a questão antropológica em seu pensamento, quando o filósofo assume a tarefa de reconduzir a nossa linguagem de “seu uso metafísico ao seu uso cotidiano.”