SUMMARY
A leitura de textos críticos contemporâneos que abordam a proliferação das imagens técnicas nos permite dizer que, apesar do anunciado fim da metafísica ocidental, a teoria platônica dos dois mundos (o das aparências e o das verdades eternas) tem sido, por tortuosos caminhos, recorrentemente revitalizada. As associações entre olhar e passividade e entre mediação e simulacro abrem espaço para as profecias de um mundo de sombras criado pelos próprios mecanismos de racionalização modernos. Colocando em diálogo diferentes avaliações das mudanças provocadas pela multiplicação das imagens técnicas, busca-se, neste artigo, discutir os tratamentos dados à questão da distância da representação, da contemplação e do espetáculo.