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Memória e pós-memória: exílio e outros traumas em “Relato de um certo Oriente”

SUMMARY

A partir da obra Relato de um certo Oriente, do escritor Milton Hatoum, buscamos refletir, à luz do conceito de pós-memória (HIRSCH, 2008), sobre como o trauma do exílio vivenciado por uma personagem afeta e influencia as gerações de outros personagens que com ela conviveram. Neste estudo também se farão presentes outras noções teóricas, tais como: a de pertencimento (BAUMAN, 2005), a de exílio (SAID, 2003), a de território (HAESBAERT, 1997), a de memória (POLLAK, 1992) e a de identidade (BAUMAN, 2005; POLLAK, 1992). Como resultado, observamos que uma experiência de caráter traumático, como a do exílio, é capaz de produzir modos distintos de ser e de estar no mundo, seja de quem realmente experienciou a separação da terra natal e, ainda sim, conseguiu se fazer pertencer em outro lugar; seja de quem herdou, através de atos corporais e não verbais, os sintomas do desterro vivido pelo antepassado, tendo como consequências da transmissão intersubjetiva o desfazimento de laços afetivos com a cidade natal e a apresentação de uma imagem fragmentada de si.

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