SUMMARY
Neste trabalho a qualidade da água de nascentes e de cursos fluviais de baixa ordem é investigada como indicadora de desafios de gestão de parques urbanos em Belo Horizonte (MG). Foram estudados o Parque Ecológico do Brejinho, o Parque Vila Clóris e o Parque Municipal Ursulina de Andrade Mello, todos na região norte da cidade. Os diferentes parâmetros analisados demonstram um quadro frequente de poluição, mesmo em cenários protegidos, principalmente pela remoção de poluentes superficiais por escoamento pluvial e disposição ocasional de lixo nas bacias de contribuição. Estas bacias abrangem significativas áreas externas aos parques, as quais são bastante urbanizadas. Por outro lado, os resultados também mostram o papel dos sistemas brejosos associados às nascentes difusas no enriquecimento geoquímico das águas superficiais, indicando a relevância da proteção das áreas úmidas (wetlands) urbanas. O trabalho reforça que os processos de gestão dos parques urbanos devem contemplar a integridade dos sistemas hídricos e a dinâmica de uso e ocupação do solo nas bacias de contribuição, dentro e fora das unidades de conservação.