SUMMARY
Este artigo versa sobre a batalha de narrativas em torno da guerra, de sua conceituação, complexidade causal e dinâmica. Seu objetivo mais abrangente é identificar e analisar comparativamente os conceitos e significados de guerra presentes nas obras de Carl von Clausewitz, John Keegan e Johan Huizinga, sem descurar das diferentes historicidades em que se inscreveram. A análise guarda competência distintiva ao se afastar de uma abordagem vinculada a uma história militar tradicional, mais usual, para propor uma aproximação com aspectos afetos a um viés analítico cultural, a exemplo da sugestão de perquirir os sentidos atribuídos às noções de civilização, barbárie e cultura na pena desses autores. Umas das principais conclusões alcançadas, graças à adoção de um método comparativo, é a de que é necessário reverter a tendência cientificista (ou doutrinária) de apreender a teoria de Carl von Clausewitz como universalmente válida.