SUMMARY
Bioeticista tem utilizado os aportes teórico e metodológico das obras de Michel Foucault em seus estudos. Contudo, há carência de trabalhos em bioética sobre os aspectos metodológicos da genealogia de Foucault. O artigo tem por objetivo exibir os referidos aspectos como contribuição à bioética, sobretudo quanto ao estudo de dispositivos do biopoder. Para tanto, conceitos foucaultianos são apresentados face às precauções metodológicas. Inicia-se por uma contextualização das obras do autor, problematiza-se a passagem da arqueologia à genealogia, mostram-se peculiaridades da genealogia como método para a análise do exercício do poder e, após, discorre-se acerca da disciplina e da biopolítica como formas de exercício do poder sobre a vida (biopoder). Por fim, um exemplo de análise genealógica de dispositivos do biopoder é apresentado: trata-se da análise genealógica de preceitos éticos para pesquisa envolvendo seres humanos expressos na Declaração de Helsinque no quadro da biopolítica.