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Em defesa do materialismo aleatório

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A última fase do filósofo Louis Althusser desperta amplo interesse pela resolução da maioria das questões suscitadas desde suas primeiras publicações na década de 60, dentre as quais a mais relevante delas sobre a teleologia no materialismo histórico. No entanto, suas publicações sobre o chamado “Materialismo de Encontro” só apareceram post mortem e, ainda, o fatídico episódio da morte de sua esposa contribui para o repúdio e esquecimento do autor. O materialismo de encontro, ou aleatório, é o empenho resultante da tentativa de compreensão dos processos históricos isentos da teleologia . O materialismo de encontro é, ainda, a realização de um projeto mais ambicioso que é o estabelecimento de uma filosofia para o marxismo. No caso, uma filosofia assistemática aberta aos eventos histórico e também impulsionadora de um projeto político de transição. Filosofia que se estabeleça de maneira a escapar à interpelação dos indivíduos em sujeitos, um desvio à Ideologia dominante. Trataremos, então, da categoria de clinamen como o desvio do assujeitamento e, sobretudo, como categoria habilitadora de uma ação política. Observaremos as principais linhas de fundamentação, como núcleo invisível, da assertiva teórica althusseriana do aleatório no seio do materialismo de Charles Darwin, na análise elaborada pelo professor Vittorio Morfino. Numa conjectura, a questão da dialética e seu papel reservado à Teoria, à Ideologia, às formações sociais e a possibilidade de uma ação política inscrita no clinamen.

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