SUMMARY
A literatura brasileira contemporânea apresenta perspectivas diversas, possibilita abordagens distintas, dialoga com variados modos de representação. Há, contudo, um elemento que a crítica define como uma espécie de catalisador de parte das obras e autores que a compõem a literatura brasileira contemporânea: a representação do urbano. O presente artigo procura analisar alguns contos de dois nomes de expressão da nova literatura brasileira (Rubem Fonseca e Marcelino Freire), numa perspectiva que, embora dialogue de perto com o comparatismo literário, nele não se esgota: adotando como fundamentação teórica das análises conceitos próprios tanto dos estudos pós-coloniais quanto da pós-modernidade, enfatizaremos aspectos próprios da realidade urbana, não apenas como tema das narrativas analisadas, mas como elementos que configuram tanto sua estrutura ficcional (personagens, tempo, espaço) quanto sua escritura literária.