SUMMARY
As Lycophyta desempenharam importante papel para o desenvolvimento das associações florísticas durante o Permiano no Gondwana do sul do Brasil (Estado do Rio Grande do Sul). As afinidades botânicas de palinomorfos como Lundbladispora, Vallatisporites, Cristatisporites e impressões e compressões de Lycophyta sugerem que o clímax deste grupo ocorreu durante a deposição das camadas de carvão, em clima quente e sazonal. Em alguns níveis, densas associações de formas arborescentes foram encontradas “in situ”. Seu sistema radicular cormoso é do tipo não estigmarióide. As modificações nas condições climáticas e paleoecológicas que ocorreram no Permiano Superior são evidenciadas por um rápido declínio de esporos de pteridófitas, particularmente os referidos a Lycophyta, e aumento concomitante de pólens sacados de gimnospermas. No topo do Permiano Superior a composição florística sofreu um rápido empobrecimento; as glossopterídeas ocorrem como elementos complementares e as Lycophyta voltam a dominar. Estes dados paleontológicos, corroborados por dados de análises faciológicas, indicam clima muito quente, semi-árido. Os resultados obtidos neste trabalho referem-se exclusivamente à parte sul da Bacia do Paraná, Estado do Rio Grande do Sul.