SUMMARY
O presente trabalho tem por objetivo examinar o entendimento freudiano acerca das perversões, bem como de autores contemporâneos, como Roudinesco e Ferraz, por meio dos principais escritos que abarcam essa temática, questionando onde começa a perversão e quem são os perversos. Visa, também, discutir algumas das perversões relatadas no livro Os 120 dias de Sodoma ou a escola da libertinagem de Marquês de Sade, principalmente no que se refere ao fetichismo, a partir do viés psicanalítico. Acreditando na importância da relação entre psicanálise e a literatura, configuramos este estudo como qualitativo, que segue as orientações de uma pesquisa teórica psicanalítica e avança para uma análise de orientação também psicanalítica. Desta forma, podemos perceber nesta trajetória a dedicação freudiana no enfoque da diversidade da meta sexual que outrora foi chamada de aberração, e podemos aproximar as manifestações perversas à condição humana, a parte obscura de nós mesmos.