SUMMARY
Neste texto, busca-se descortinar as contribuições de Peter Berger (1929-2017) para a elaboração de um novo paradigma do fenômeno religioso. Sugere-se que o paradigma da secularização não seria mais suficiente para descrever os novos tempos. Em resposta às possíveis limitações do conceito, Berger propõe a ideia de pluralismo religioso como inerente e constitutivo do tempo atual. Nesse sentido, discute-se a necessidade de desenvolvimento de um novo paradigma ético que auxilie a comunicação e o diálogo entre, pelo menos, dois extremos sociais e religiosos: os fundamentalismos e os relativismos. De acordo com a compreensão entabulada por Peter Berger, existem diversas possibilidades de se conceber a realidade social e religiosa, não se tratando, pois, de alguma premissa com um caráter exclusivo, restrito ou fixo. O desafio epistemológico proposto supõe a identificação de posições divergentes de modo a estabelecer um equilíbrio contextual, por meio de uma metodologia dialética que permita a formulação de sínteses que captem ou ilustrem as múltiplas crises paradigmáticas vivenciadas pelo mundo contemporâneo.