SUMMARY
Em 1962, foi inaugurada a estátua que homenageava Gustavo Barroso, diretor do Museu Histórico Nacional e militante da Ação Integralista Brasileira. Nosso objetivo com este trabalho é problematizar os processos e atores que intervieram na elaboração de memórias através desse monumento. Compreendemos a memória como um material sociopolítico dinâmico e que se (re)constrói através das disputas entre sujeitos. Portanto, propomos uma reflexão que opõem passado e presente para questionar as transformações simbólicas que esse item da cultura material cearense transmitiu ao longo do tempo, reverberando nas práticas adotadas pelos cidadãos na reivindicação do direito à memória no espaço urbano. Se a estátua de Barroso foi inaugurada com o objetivo de contemplar e eternizar a memória do cearense, cotidianamente, a praça onde está situada foi ocupada por grupos opostos que se defrontaram com a imagem de um personagem que contribuiu na organização do pensamento autoritário latino-americano e, oficialmente, legitimado pelo Estado.