SUMMARY
Por se tratar de um ge^nero derivado das memo´rias, a escrita de si se compo~e a partir de diversas formas e, no filme Elena (Petra Costa, 2013), se atravessa ao desejo de elaborar o luto em torno do suici´dio de Elena, irma~ da realizadora. Nesse processo, a cineasta entrelac¸a a retomada de cartas gravadas em fita cassete por Elena e a criac¸a~o de seu pro´prio filme como uma carta. Neste artigo, parte-se desse filme para pensar as relac¸o~es entre as narrativas de si e do outro na autobiografia (LEJEUNE, 1989; LANE, 2002) e na carta fi´lmica (MEDEIROS, 2012; MIGLIORIN, 2014) para tecer relac¸o~es de ambos com a produc¸a~o de imagens da elaborac¸a~o do luto (BELTING, 2014; MONDZAIN, 2015a; 2015b). Busca-se compreender como, em Elena, Costa assume a escrita epistolar e autobiogra´fica como um espac¸o em que a elaborac¸a~o do luto de um outro se entrelac¸a a` escrita fi´lmica de si.