SUMMARY
Este estudo tem como objetivo verificar a percepção que os Agentes Comunitários de Saúde do município de Mari – PB têm sobre o próprio trabalho. Trata-se de um estudo qualitativo, exploratório, realizado por meio de questionários e grupos focais, com Agentes Comunitários de Saúde do referido município. Os questionários foram aplicados com participação de todos os cinquenta e três Agentes atuantes locais, e os grupos focais foram realizados em dois momentos, com quatro agentes de saúde e depois com sete. Os dados provenientes dos questionários foram organizados, a partir dos quais foi possível traçar um perfil da categoria. Dos dados provenientes dos grupos focais, surgiram três núcleos argumentativos: o Agente Comunitário como transmissor de informações, percepção do desempenho individual das atividades e burocratização da função. Observou-se que os Agentes têm se compreendido como transmissores de informações, algumas vezes “usados” para atender demandas entendidas como alheias à função, o que tem contribuído para que seja gerada certa sobrecarga de atividades. Percebem também que o trabalho tem se tornado mais individual e burocrático uma vez que novas atribuições têm sido agregadas à função dificultando atividades de caráter mais coletivo. A superação destas dificuldades é possível a partir de um olhar mais cuidadoso para a categoria, entendendo que as atribuições dos Agentes devem convergir, sempre e primeiramente, com as necessidades da população local.