SUMMARY
Neste trabalho, apresentamos uma análise da proposta formativa do programa de Oficinas-Escola, baseada no principio patrimonial de aprender fazendo. O objetivo é compreender as implicações linguísticas e pedagógicas que o mencionado princípio apresenta, em contraste com o modelo padrão de ensino em sala de aula. Partiremos do caso específico da Oficina-Escola de Revitalização de Patrimônio Histórico de João Pessoa (Paraíba/Brasil), com o intuito de realizar um relato reflexivo e crítico, no qual sejam recolhidos os traços linguísticos e pedagógicos do princípio do aprender fazendo. A realidade das Oficinas-Escola visibiliza os movimentos homogeneizantes e excludentes do modelo educativo padrão, fundamentado no domínio de conteúdos abstratos e no método de ensino, ao passo que responde com um antigo princípio formativo, aquele que caracteriza a transmissão de um ofício partindo do respeito às capacidades e habilidades corporais de cada jovem, da intensificação do relacionamento humano e dos referentes comunitários no uso da língua. Finalmente, situamos a análise em uma perspectiva histórica, através do pensamento de dois autores espanhóis do período moderno, o médico filósofo Juan Huarte de San Juan e o pensador Juan de Valdés, os quais adiantaram, já no século XVI, a problemática linguística e pedagógica identificada na atividade formativa e na realidade dos alunos das Oficinas-Escola. Palavras-chave: ofício; inteligência natural; língua viva; integração.DOI: http://dx.doi.org/10.14244/19827199805