SUMMARY
DOI: http://dx.doi.org/10.14244/198271991026A emergência do Brasil no âmbito da economia mundializada como participante do BRIC (Brasil, Rússia, Índia, China África do Sul) mobilizou o governo federal brasileiro a estabelecer um programa estatal de mobilidade acadêmica (Programa Ciência sem Fronteiras) de modo a fazer avançar o capital social do país (general intellect) e a infraestrutura em STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) relacionadas à indústria. Investimentos públicos e privados no programa de mobilidade acadêmica transformaram o modo como o governo brasileiro e as universidades valorizam o intercâmbio estudantil com os Estados Unidos. As áreas de conhecimento relacionadas à ciência, à tecnologia, à engenharia e à matemática recebem maiores financiamentos se comparadas às humanidades, às ciências sociais e às artes. Este desenvolvimento alterou a forma como a mobilidade estudantil nos Estados Unidos é organizada e, ao mesmo tempo, mudou a trajetória da internacionalização educacional brasileira. Esta pesquisa apresenta uma análise conceitual do Programa Ciência sem Fronteiras, baseando-se na perspectiva de economia política crítica. O ensaio conceitua a iniciativa do Programa Ciência sem Fronteiras nos níveis mundial, nacional e local. O texto explora, ainda, as implicações que a parceria educacional bilateral Brasil-EUA poderá ter sobre a política, as práticas universitárias e, finalmente, sobre o financiamento da mobilidade dos estudantes brasileiros. Palavras-chave: Programa Brasileiro de Mobilidade Científica, BRIC, Capitalismo e Valor Veja também o original em inglês deste artigo publicado nesta edição.