SUMMARY
“ O mundo já está cheio de objetos, mais ou menos interessantes; não me interessa adicionar nada mais a esta realidade; prefiro simplesmente declarar a existência das coisas em termos de tempo e lugar”. Esta afirmação do artista conceitual Douglas Huebler converge com a intenção de criação de um objeto plástico-sonoro - Móvel da memória: estratégia de exposição - realizado e exposto em 2006, no Museu Universitário de Arte da UFU, Uberlândia, MG. O objeto constitui-se de uma cadeira, na qual é acoplado um aparelho de áudio e fone de ouvido, reproduzindo uma narração que descreve todos os trabalhos artísticos realizados por mim no MUnA, de 1998 até o ano de 2003. Nela, solicito ao ouvinte que relacione as imagens imaginadas pela narração e o que ele realmente vê - trabalhos de outros artistas participantes da exposição coletiva em que “Móvel da memória” participava. O texto proposto para esta publicação é a análise do processo de criação desse objeto, em que são tecidas considerações sobre a memória e o arquivamento como conceitos operacionais do objeto, assim como o real e o imaginário, pois a fruição do objeto permitiu interpretações e reconstruções das imagens descritas naquele relato. Proponho também uma relação do processo de criação de “Móvel da memória” com a dinâmica do Atlas Mnemosyne, Aby Warburg. Utilizo-me, para tal, dos pensamentos de Fausto Colombo e Sigrid Weigel.Palavras-chave: processo de criação; memória; arquivo.