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“A Aids mudou de cara”: memória coletiva e novas oportunidades para o ativismo da Aids no Brasil

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Este artigo trata da análise da construção da memória coletiva do ativismo contra o HIV/Aids no Brasil, desenvolvido a partir de entrevistas com quinze ativistas de São Paulo. Neste artigo, examina-se a percepção de um “enfraquecimento” da luta contra a Aids desde os anos 1980/90, os chamados “anos heroicos”, quando se estabeleceu um ativismo poderoso e público que conseguiu angariar conquistas importantíssimas no tratamento de pessoas que vivem com HIV/Aids. Mostra-se que o chamado atual “enfraquecimento” do movimento não considera a emergência de novos caminhos menos visíveis para enfrentar a Aids, que já não requer o mesmo tipo de ativismo dos “anos heroicos”. Conclui-se que esses novos caminhos – o tratamento universal de pessoas que vivem com HIV/Aids, a incorporação da prevenção do HIV/Aids em sistemas de atendimento básico de saúde e o surgimento de novas redes de ativistas – nem sempre são considerados “ativismo”, justamente em razão da memória coletiva do ativismo contra a Aids, que ainda enfatiza as glórias, os métodos e as conquistas dos “anos heroicos”.

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