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Se há um equívoco no ceticismo atribuído a Hume

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David Hume é comumentemente tido como um cético radical acerca do conhecimento causal. Isso porque o filósofo explicitamente declara que as inferências causais não procedem de uma operação da razão, mas da imaginação, de tal modo que, e neste ponto pretendo mostrar que tal interpretação sobre o texto é falha, é irracional crer em raciocínios causais. Pretendo indicar que é improvável que Hume tenha assumido tal posição e, além disso, que a atribuição desse tipo de ceticismo ao escocês é inadequada, pois depende de uma certa concepção de conhecimento, a qual Hume provavelmente não aderira. O ceticismo do filósofo se dirige com toda a carga contra a metafísica, tal como entendida em sua época, porém perde sua força contra a "ciência empírica". Para tanto, precisarei mostrar como é possível que um princípio não-racional - o hábito - atue para evitar o critério cético (a equipolência dos argumentos) e criar as bases para um possível saber. Isso passará pela explicação de como o hábito é condição de possibilidade do conhecimento e de uma aposta no "método", isto é, numa "lógica indutiva".

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