SUMMARY
Entrevistei Maria Lúcia Raymundo numa tarde de Sábadoem fevereiro de 2001. Conversamos ininterruptamente por uma hora e meia. Considero esta entrevista uma fonte histórica, uma parte do retrato de nossa identidade artística. Como atriz e professora viveu momentos importantes. Quisera que todas as atrizes, todos os atores e técnicos do teatro deixassem seu documento impresso como fez Maria Lúcia. Assim, teríamos a oportunidade de reconstruir nossos caminhos e deixá-los às gerações futuras para que pudessem reconhecer nossa tradição artística. Maria Lúcia é atriz e foi professora do Departamento de Arte Dramática da UFRGS. Fez sua formação nesta mesma escolae em outras, nos Estados Unidos, na França e na Argentina. Como ela mesmo define, perto da oriental, é uma “salada”. Observei que encontramos fragmentos de suas idéias sobre teatro espalhados por diversos encenadores contemporâneos. Se, por um lado, esse trânsito de informações dificulta a tarefa de compreensão, por outro, abre as portas para uma eleição pessoal, para a constituição da própria proposta de montagem, tanto no treinamento do ator, como na criação cênica. A orientação deste trabalho foi da professora Marta Isaacsson, do DAD – UFRGS