SUMMARY
Considerando que cada ser humano é único, mas que aprende com os outros e compartilha, portanto, visões do mundo, este texto tem por objetivo apresentar os primeiros resultados de uma pesquisa que investiga as concepções de alunos do Ensino Fundamental I acerca das atividades de escrita e de leitura. Na continuação do estudo elaborado por Spinillo, Albuquerque e Lins e Silva (1996), ao questionar alunos de diferentes níveis escolares e condições socioculturais sobre “Para que serve ler e escrever?” mais de vinte anos depois, pretende-se identificar uma diversidade de concepções sobre os usos e as funções sociais destas atividades, propostas nas escolas e presentes no dia a dia da sociedade. Pois, as experiências de vida e os conhecimentos prévios dos sujeitos são diferentes em função da classe social à qual pertencem; enquanto para os alunos de classe baixa, a relação com os saberes escolares é uma relação “profissional”, de adaptação às situações, os alunos de classe média e alta consideram este saber pela importância deste objeto de saber, como um fim em si (Charlot, 1996). Assim, entre os alunos de escolas públicas e de escolas particulares, os primeiros tendem a associar a linguagem escrita a objetivos futuros a um nível individual como conseguir um emprego, melhorar de vida; os segundos associam a usos escolares, ou seja, a ganhos imediatos no contexto escolar e como fator importante para o desenvolvimento de habilidades intelectuais.