SUMMARY
A ideia central deste artigo é a de que os polos “fama” e “anonimato”, evidenciados na narrativa de Gay Talese, tornaram-se um paradigma para determinado jornalismo narrativo, com ressonâncias na reportagem brasileira contemporânea. Investiga-se, inicialmente, o contexto em que essa abordagem social se consolidou, no Novo Jornalismo, assim como sua potência crítica. A seguir, analisamos esse paradigma nas reportagens dos brasileiros Fred Melo Paiva e Christian Carvalho Cruz, buscando identificar e compreender os principais aspectos de nossa sociedade que são revelados, por esses textos, a partir dessa polarização. Os resultados demonstram a reivindicação pela visibilidade de sujeitos anônimos e excluídos em nossa sociedade e a crítica acerca do modo insuficiente como a mídia dominante narra tanto a vida ordinária como célebre.