SUMMARY
Na contemporaneidade, as discussões sobre ansiedade a distanciam de sua conotação existencial, ressaltando seu caráter mórbido como sintoma ou transtorno mental. Rollo May, psicólogo americano, em meados do século XX apontou para a necessidade de ampliar esta visão ao propor uma psicoterapia existencial. Neste artigo, realizamos pesquisa teórica com objetivo de investigar a ansiedade nos escritos do referido autor, no diálogo com uma fenomenologia clínica da ambiguidade. Para a fenomenologia clínica, a ansiedade é parte de uma disposição afetiva fundamental que se encontra na base da existência e sua expressão patológica revela o prejuízo no contato intersubjetivo sujeito/mundo. Rollo May se aproxima dessa visão ao relacionar a ansiedade com a liberdade e o devir, mas distancia-se da fenomenologia clínica ao retratar a subjetividade encapsulada.