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Filosofia Africana do Encantamento tecida por mulheres negras: poéticas de re-existências para descolonização do conhecimento

SUMMARY

Este artigo tem o objetivo de dialogar com vozes femininas de África e da Diáspora Africana tecendo re-existências desde a Filosofia Africana do Encantamento, refletindo possibilidades plurais e ancestrais para descolonização do conhecimento e promoção de uma educação antirracista. Nesse sentido, caminharemos com a pedagogia da ancestralidade que nos exige modos outros de (re)pensar, refletir, (re)criar, e (re)posicionar-se oriundos de práticas inclusivas e  tecidas por nossos corpos, pelas memórias, conhecimentos ancestrais, saberes e histórias de nossos povos, partindo da ligação ancestral entre corpo, espiritualidade e natureza; e a metodologia dos Odus, que também é uma teoria, implicada em compreender nossas origens, por meio de processos de desconstruções, transições, transformações, encantamento, espaço, tempo e natureza como modos plurais de ser / pensar / existir em busca de contribuir com a descolonização do conhecimento, de nossos corpos  e sentidos. Assim, essa teia será construída em diálogo com o ser-tão que há em nós, com a escuta sensível e a ética do cuidado, considerando que são conceitos delineados pela ancestralidade e pelo encantamento. A filosofia africana contemporânea nasce do encantamento, portanto, é traçada pela ancestralidade, e assim apresenta-se como gestada desde a cabaça ancestral bordada pelos saberes ancestrais femininos. Esses saberes (a)bordam nossas escrevivências, dando sentido às re-existências cotidianas. São saberes experienciados por corpos carregados de sentidos, corpos sagrados, ancestrais. Desse modo, falamos desde cosmopercepções delineadas por cosmossensações de um corpo vivo, que aprende e ensina continuamente. Pois compreendemos que o conhecimento é movimento! O movimento é que proporciona a vida! De modo que os femininos são águas em movimentos ancestrais que permitem a existência do hoje e do amanhã.

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