Fundamentação da história da educação brasileira

o gesto pedagógico colonial, os processos para consulta e os regimentos, séculos XVII-XVIII

Palavras-chave: Gesto pedagógico colonial, História da educação, Brasil Colônia, Documentação colonial brasileira, Educação formal e informal

Resumo

O objetivo deste estudo é proporcionar o alargamento da concepção de narrativa histórica educacional, nesse caso, do Brasil Colônia, especialmente na transição entre os séculos XVII e XVIII em torno do conceito de gesto pedagógico colonial. Descrevemos este conceito e propomos sua confrontação com a realidade histórica da formação do território brasileiro, especificamente em torno do território mineiro, nas minas do Serro do Frio (Vila do Príncipe, capital da Comarca do Serro do Frio atual cidade do Serro/MG). Para isso, introduzimos a noção de documento como processos para consulta escritos em sagradas letras a fim de dizer os ausentes, responsável pela condução dos procedimentos de controle da Coroa portuguesa de seu reino e de suas colônias, a partir de alguns argumentos de António Manuel Hespanha, em especial dos Regimentos. A metodologia circunscreve-se em torno de pesquisa bibliográfica de documentos arquivísticos portugueses e brasileiros, bem como o diálogo de pensamento com historiadores. O resultado alcançado é a oferta de fundamentação para a narrativa histórica educacional, em especial, para a revelação do papel da educação – formal ou informal – na leitura e escrita da história colonial brasileira.

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Biografia do Autor

Danilo Arnaldo Briskievicz, Instituto Federal de Minas Gerais campus Santa Luzia, Belo Horizonte, MG, Brasil

Doutor em Educação pela PUC-Minas, mestre em Filosofia pela UFMG, especialista em Temas Filosóficos pela UFMG, licenciado em Filosofia e Pedagogia. Autor do livro Comarca do Serro do Frio: história da educação entre os séculos XVIII ao XX (Appris, 2020). Canal do Youtube: Tava aqui pensando.

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Publicado
2021-01-27
Como Citar
Briskievicz, D. A. (2021). Fundamentação da história da educação brasileira. Revista Brasileira De História Da Educação, 21(1), e162. https://doi.org/10.4025/rbhe.v21.2021.e162