A prática da entoação nos instrumentos de afinação não-fixa

Ricardo Goldemberg

Resumo


O trabalho analisa como se dá a entoação dos instrumentos de afinação não-fixa como a voz, cordas e sopros na performance musical em tempo real. Ao contrário de instrumentos como o piano, que são constritos a uma afinação pré-determinada, esses instrumentos permitem pequenos ajustes de afinação em que técnica e musicalidade se revelam fatores preponderantes. Na análise do fenômeno, busca-se explicitar os conceitos teóricos de consonância e temperamento, seguido por uma breve revisão da literatura experimental. Em função da necessidade acústica de se conciliar tendências horizontais e
verticais em uma peça musical, aliado à constatação de que não há aderência consistente a nenhum temperamento em particular, verifica-se que uma boa entoação é o amálgama de diversas habilidades distintas cuja somatória é indicativa da maturidade e grau de proficiência musical.


Palavras-chave


afinação; entoação; temperamento.

Texto completo:

PDF

Referências


BACKUS, J. Acoustical foundations of music, Nova York: W. W. Norton, 1969.

BERG, R.; STORK, D. G. The physics of sound, Englewood Cliffs, NJ: Prentice Hall, 1995.

BARUCHA, J. J. Anchoring effects in music: The resolution of dissonance. Cognitive Psychology, v. 16, p. 485-518, 1994.

GREENE, P. C. Violin intonation. Journal of the Acoustical Society of America, v. 9, p. 43-44, 1937.

HELMHOLTZ, H. L. F. On the sensations of tone as a physiological basis for the theory of music [1885]. Tradução: A. J. Ellis. Nova York: Dover, 1954.

HENRIQUE, L. L. Acústica musical. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2002.

LERDAHL, F. Tonal pitch space. Oxford: Oxford University Press, 2001.

LOTTERMOSER, W.; MEYER, J. Frequenzmessungen an gesungen Akkorden. Acustica, v. 10, p. 181-84, 1960.

MASON, J. A. Comparison of solo and ensemble performance with reference to pythagorean, just and equi-tempered intonation. Journal of Research in Music Education, 8, p. 31-38, 1960.

NICKERSON, J. F. Intonation of solo and ensemble performances of the same melody. Journal of the Acoustical Society of America, v. 21, p. 593-595, 1949.

OHIO STATE UNIVERSITY, SCHOOL OF MUSIC. “Consonance and Dissonance – The Main Theories”. Disponível na internet: Acesso em 9 de junho de 2007.

PLOMPT, R; LEVELT, W. J. M. Tonal consonance and critical bandwidth. Journal of the Acoustical Society of America, v. 38, p. 548-560, 1965.

ROEDERER, J. G. Introdução à física e psicofísica da música, 1975. Tradução: A. L. Cunha. São Paulo: EDUSP, 1998.

TERHARDT, E. The concept of musical consonance: A link between music and psychoacoustics. Music Perception, v. 1, n. 3, p. 276-295, 1984.

TERHARDT, E.; ZICK, M. Evaluation of the tempered tone in normal stretched and contracted intonation. Acustica, v. 32, p. 268-274, 1975.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.




Direitos autorais 2007 Ricardo Goldemberg

Licença Creative Commons
Esta obra está licenciada sob uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.

 
OPUS - Revista Eletrônica da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Música (ANPPOM)
ISSN 0103-7412 (versão impressa, 1989-2008), ISSN 1517-7017 (versão online, 2009- )