A industrialização brasileira em perspectiva histórica (1808-1956)

Autores

  • Felipe Hees Universidade de Brasília

DOI:

https://doi.org/10.26512/emtempos.v0i18.19892

Palavras-chave:

Industrialização. Crescimento industrial. Protecionismo.

Resumo

Desde a revogação da proibição de fábricas e de atividades manufatureiras em 1808, passando pelas diversas reformas alfandegárias ao longo do século XIX, pela controvérsia entre Eugênio Gudin e Roberto Simonsen, nas décadas de 1930 e 1940, acerca das vantagens e desvantagens do livre comércio, e pelas discussões no Senado federal, nos anos 1940 e 1950, a respeito da industrialização e do desenvolvimento econômico do País, a importância da indústria para o desenvolvimento do País constitui um dos temas centrais da história econômica nacional. A convergência de opiniões quanto à relevância do tema não se traduz em consenso quanto à dinâmica e aos condicionantes do processo de industrialização propriamente dito. Variando de questões conceituais ”” a falta de rigor no emprego de termos como industrialização e crescimento industrial, por exemplo, ou ainda a desatenção com processos de ressignificação vocabular ”” a aspectos substantivos e teóricos, as divergências dificultam o entendimento de como, quando e por que a indústria de bens de capital logrou desalojar a agricultura de exportação como centro dinâmico da economia brasileira. Exemplos de como o emprego inadequado de conceitos pode dificultar as análises teóricas do referido processo podem ser encontrados em diversos estudos que vinculam a industrialização brasileira ao nível de protecionismo vigente. Por esse ângulo, o principal obstáculo à industrialização brasileira no século XIX foi o nível reduzido das tarifas alfandegárias nacionais no período.

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Biografia do Autor

Felipe Hees, Universidade de Brasília

Diplomata, doutorando em História Social pela Universidade de Brasília

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Publicado

2011-08-31

Como Citar

HEES, Felipe. A industrialização brasileira em perspectiva histórica (1808-1956). Em Tempo de Histórias, [S. l.], n. 18, p. 100–132, 2011. DOI: 10.26512/emtempos.v0i18.19892. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/emtempos/article/view/19892. Acesso em: 24 abr. 2024.

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